BLOG DO RODRIGO BECKER

CANOAS | O ‘agendão’ de entregas de Airton e o símbolo de uma obra que não pode parar

Aiton, Rodrigo Busato e secretários municipais no dique da Mathias, na terça. Foto: Divulgação/PMC

Prefeito passou a manhã desta terça em agendas de entregas mas uma delas, em especial, merece destaque

Começou às 8h e terminou já passava do meio-dia. A agenda do prefeito Airton Souza nesta terça, 6, foi intensa. Na primeira delas, conferiu como foi o início do turno integral na escola Cirne Lima, que fica no lado Oeste da cidade e dentro da mancha de inundação da enchente de 2024. O plano é dotar Canoas de mais unidades escolares com atividades para os alunos durante todo o dia — facilita para pais que trabalham fora e melhora os índices de aprendizagem, desenvolvimento físico e alimentação, especialmente em zonas de periferia.

Airton ainda inaugurou, às 10h, as novas instalações da Delegacia de Policia de Homicídios e Proteção à Pessoa, a DHPP, que agora fica no bairro Estância Velha. Lá, ouviu do delegado metropolitano Mário Souza que a incidência de crimes contra a vida em Canoas caíram à patamares que a ONU chama de “quase zero”. É o jeito ONU de dizer que há queda na criminalidade e a ação das forças de segurança consegue controle dos índices e manutenção dessa situação.

O prefeito conferiu, ainda, a retomada do cercamento eletrônico da cidade, às 11h, no Centro Integrado de Operação e Controle. Por lá, o secretário municipal de Segurança, Alberto Rocha, pôs em operação 179 das 226 câmeras de vigilância da cidade e amplia a cobertura de reconhecimento facial e identificação de veículos por estas câmeras. 

A agenda mais simbólica, no entanto, começou às 9h lá no fundão do bairro Mathias Velho.

Vereadores prestigiaram evento que inaugurou a subestação de energia para as casas de bombas da cidade. Foto: Divulgação/PMC

Os diques que jamais podemos esquecer

A segunda agenda da manhã de Airton foi para inaugurar a nova subestação de energia que abaste as casas de bomba 1 a 7, do Niterói ao Mathias Velho. Simbólico que o evento tenha acontecido na casa de bomba número 6, ao lado de onde o dique da Mathias está sendo alteado — vai passar da cota 5 para 6,5 naquele trecho, ou seja, 6,5 metros de altura.

As obras do diques — e do sistema de contenção de cheias na cidade, por consequência — não podem parar. São elas que vão segurar as próximas enchentes e, acredite, novas enchentes virão. Talvez não com a mesma intensidade da que tivemos no ano passado, mas quem pode garantir que não virão ainda maiores?

Trabalhando em uma pesquisa e baseado em dados do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, o IPH, tenho maior clareza da situação em que nos encontramos. A cada 5 e a cada 8 anos, temos grandes cheias nos rios que compõe a grande Bacia do Guaíba — notadamente, o Rio dos Sinos e o Jacuí. Cheia do Sinos é, necessariamente, cheia em Canoas. 

Nossa memória não é sacudida por episódios de enchentes em Canoas exatamente porque, até 2024, os diques que tínhamos foram eficientes em manter as águas elevadas do Sinos para fora da cidade. Mas a tragédia de 2024, viva na imaginário coletivo e inabalável na existências de mais de 150 mil canoenses atingidos por ela, está aí para nos avisar: precisamos recompor e melhorar nosso sistema de proteção se quisermos preservar a cidade de novas catástrofes.

E, para isso, precisamos de grana.

Além da da agenda do prefeito, que inaugurou a subestação, os vereadores fizeram um movimento em direção ao Palácio Piratini pedindo que o governador Eduardo Leite libere os recursos do Fundo de Reconstrução para que as obras em Canoas sejam aceleradas. Elas não pararam, é verdade, mas o ritmo segue mais lendo do que o recomendável por conta dos recursos municipais estarem no fim. Sem o aporte que o Estado já dispõe mas ainda não repassou, seguimos ameaçados a cada nova cheia.

Canoas está adiantada em relação aos projetos e até na execução de obras. Foram todas elas licitadas ainda em 2024 e o que ainda não iniciou, pode começar quando o dinheiro chegar. O Estado vem segurando o repasse porque os demais municípios — incluindo aí a capital, Porto Alegre — ainda não concluíram seus estudos sobre as obras necessárias. Compreensível que o governo esteja evitando mandar dinheiro aos fundos municipais sendo que, na maioria deles, vai ficar tudo parado. Entendo.

Só não é justo que Canoas pague o preço pelo atraso dos outros.

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