Categoria pede reajuste de salário mas empresas querem vincular o aumento à tarifa, o que deixa trabalhadores sem controle do processo de dissídio
Os ônibus intermunicipais de toda a região metropolitana de Porto Alegre devem parar a partir da meia-noite desta quinta-feira, 29. O Sindicato dos Rodoviários Metropolitanos confirmou a paralisação e informou que, em reunião de mediação no Tribunal Regional do Trabalho, firmou acordo para manter na rua 30% da frota em horários entre pico e 50% no pico de movimento. Trocando em miúdos, 7 de cada 10 ônibus devem ser recolhidos à garagem durante a maior parte do dia. Não há previsão para o fim da mobilização.
Os rodoviários pedem um reajuste de 6% e aceitam dividir o percentual em duas parcelas – uma aplicada imediatamente e outra em setembro. Os empresários, no entanto, querem vincular o reajuste à recomposição da tarifa ou a algum subsídio que venha a ser pago ao transporte por parte do Governo do Estado, o que ainda está em fase preliminar de tratativas.
Um estudo do Governo do Estado indica que a tarifa de ônibus metropolitano está com uma defasagem de 30% em razão do aumento de custos do transporte – especialmente o diesel. A operação do sistema, no entanto, vem funcionando com aportes de recursos da União e do próprio Estado definidos como forma de aplacar os efeitos da pandemia e da queda de passageiros verificada no sistema. Um aumento de tarifa já está em estudo na Metroplan, mas o percentual proposto pelas empresas ainda não foi confirmado oficialmente.
Enquanto seguir o impasse, melhor que os usuários do transporte confiram que linhas e horários vão parar e quais vão manter-se ativas. O Trensurb não será afetado pela paralisação. O Sindicato dos Rodoviários Metropolitanos atua nas cidades de Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Nova Santa Rita, Viamão e Alvorada. Líderes da categoria prometem mobilização em todas as maiores garagens da região.
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