Encontro do partido em Porto Alegre neste sábado encaminha parceria com o tucano gaúcho com o amém do ‘homem do imposto único’, Luciano Bivar
União Brasil está a um fio de cabelo branco e grisalho de fechar apoio a Eduardo Leite no Rio Grande do Sul. O fio em questão é de Luciano Bivar -, presidente da sigla e candidato do Planalto com a bandeira do imposto único -, não o de Luiz Carlos Busato, presidente do UB no Estado. Bivar, que participou de encontros com os candidatos Roberto Argenta e Vieira da Cunha na sexta, 1º, tomou um ‘nutritivo’ café com Leite – com o perdão da imperdível piada pronta. E saiu de lá 99% convencido de que este é o caminho para o partido por aqui.
– Tenho uma conversa no início da semana em São Paulo com governador Rodrigo Garcia. Tem a ver com a conversa daqui. Acho que está 99% encaminhado – definiu Bivar.
Se havia algo entre ele o PSDB que impedia a composição, descartou.
– Eram problemas da burocracia. Eduardo Leite é um homem sensível aos acontecimentos políticos e entende tudo isso.
A fala de Bivar e, diga-se, de todos as lideranças políticas locais durante o encontro, escancaram as portas para a parceria com o tucano. E é aí que entra Luiz Carlos Busato, o vice em potencial.
O ex-prefeito de Canoas foi cicerone de Bivar, Sérgio Moro e da senadora Soraya Thronicke, do Mato Grosso do Sul. Bisneta de gaúchos que foram em carretas de boi até o cerrado tentar a sorte e a vida, está cotada para encarar o desafio de ser vice na chapa de Bivar. O trio, ao lado de Busato, checou as opções do partido por aqui: além de Leite, Roberto Argenta e Vieira da Cunha, do PDT. Onyx Lorenzoni, do PL, é bolsonarista demais para o ex-bolsinarista Bivar e está praticamente descartada uma parceria.
O MDB não está nesse rol por motivos que parecem óbvios: hoje, é alvo das tentativas de Leite de encaminhar por aqui a dobradinha definida pelo partido nacionalmente, onde Simone Tebet terá apoio tucano e esperava tirar do seu MDB o vice de Eduardo Leite. Apesar das conversas não terem sido encerradas, cada dia fica mais difícil um recuo de Gabriel Souza – até porque, se desistir, José Ivo Sartori desce a Serra fardado para ser candidato.
Nesse quadro, Busato mantém a ficha 1 para ser o vice de Eduardo Leite – mas todos guardam o anúncio oficial para o momento em que se esgotarem as pontes com o MDB. Até lá, ele mantém a candidatura a deputado federal e pode até seguir a empreitada rumo ao Congresso Nacional, mesmo com o ‘ok’ de Bivar para o alinhamento com Leite. É o plano ‘repeteco de 2018’, que no curso dos acontecimentos, ainda pode beneficiar Busato.
Nesse cenário, ainda pouco explorado, o ex-prefeito concorre a deputado e indica um vice ao tucano – exatamente como aconteceu em 2018, quando Ranolfo Vieira Júnior deixou a Secretaria de Segurança de Canoas para cerrar fileiras com o jovem ex-prefeito de Pelotas, se tornou vice e, agora, governador do Estado.
Embora o aperto de mão entre o União Brasil e Eduardo Leite possa acontecer até meados da semana que vem, a definição de quem será vice ainda deve levar mais umas semanas. O apoio do MDB, considerado valioso por Leite para os planos da reeleição mas também para manter suas pretensões nacionais, exige.