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COM VÍDEO | Anúncio da Pirelli tem impacto maior no futuro dos empregados

Marca dos chineses já ocupa o lugar do totem da Pirelli no canteiro que fica no trevo de acesso à fábrica - portão principal - a partir da RS-030

Comparado ao tsunami que representaria o fechamento da montadora General Motors (GM) e, por extensão, a suspensão das atividades das cerca de 20 empresas fornecedoras de peças – sistemistas – à norte-americana de Detroit, o anúncio de que a italiana Pirelli vai transferir para Campinas (interior de São Paulo) a produção de pneus de motos, e demitir seus mais de 900 funcionários, é apenas uma marolinha.

Pelo menos no que diz respeito aos reflexos econômicos na esfera da administração municipal, pelo que afirmou na manhã de hoje o secretário municipal da Fazenda de Gravataí, Davi Keller Severgnini, que abriu para o Seguinte: os números referentes à participação da Pirelli na composição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o retorno do tributo aos cofres municipais.

O impacto das ondas maiores de acordo com o secretário da Fazenda vai atingir, daí sim, a praia dos empregados da Pirelli do Parque dos Anjos. Servegnini disse hoje (14/5) que atualmente são 928 os empregos diretos gerados pela empresa de Milão, cerca de 300 deles ligados à área de logística. Entre diretos e indiretos, são cerca de 1.500 os atingidos.

 

CHINESES

 

Conforme o secretário Severgnini, a parte da Pirelli comprada pelos chineses da ChemChina, grupo que controla a empresa Prometeon, no final de 2015-começo de 2016, gera outros 1.500 empregos diretos e cerca de 500 indiretos para a produção de pneus para a linha pesada, como caminhões, ônibus e máquinas agrícolas.

— Temos que aguardar para ver como vai se dar esse processo (de demissão, pela Pirelli). Até porque parte dos empregos (gerados pela italiana) podem ser absorvidos pela Prometeon — disse o secretário.

Se as 900 demissões acontecessem de uma só vez, o impacto social seria demasiadamente grande porque são pais de família que ficariam sem renda. Como misso vai se dar num prazo de dois anos e meio, até o final de 2021, os reflexos tendem a ser menores.

— Mas não menos preocupantes. Tanto que o prefeito Marco Alba (de Gravataí, MDB) já orientou para que façamos um acompanhamento minucioso e nos aprofundemos na questão para que este impacto (das demissões) seja o menor possível entre as famílias dos funcionários — disse ele.

 

Acompanhe a entrevista do secretário Davi Severgnini para o Seguinte:, comentando os impactos do anúncio da suspensão das atividades da Pirelli em Gravataí.

 

Nas finanças

 

Já no que se refere aos reflexos na economia do município, Severgnini revelou que a Pirelli é a 10ª colocada entre as empresas geradoras de ICMS no município. Para 2019, por exemplo, o retorno do tributo gerado pela italiana aos cofres da Prefeitura será de R$ 2.607.710,14. A chinesa Prometeon, que divide o complexo e produz pneus com a marca Pirelli estão em segundo lugar na geração do ICMS.

 

PARA SABER

 

1

Somente o retorno do tributo (ICMS) pago pelos chineses, à administração municipal, neste ano, é de R$ 10.215.124,04.

 

2

Só é menor que o retorno do ICMS pago pela montadora General Motors que deve ser de R$ 64.594.807,53 em 2019.

 

As razões

 

Na conversa de hoje com a reportagem do Seguinte: o secretário municipal da Fazenda de Gravataí considerou que “há diferenças” entre o que seria o tsunami se a General Motors encerrasse suas atividades na aldeia e a marola que vai  causar o encerramento da produção de pneus para motos por parte da italiana Pirelli.

Primeiro, segundo Davi Severgnini, que a GM protagonizou no ano passado o que seria uma estratégia para obter benefícios fiscais, especialmente no centro do país já que mantém seu maior parque industrial no estado de São Paulo. Já a Pirelli, conforme ele, não parece “estar fazendo cena” porque não há imposição de condições.

— O que houve (ontem) foi a divulgação de um comunicado com o posicionamento global, muito mais uma tomada de posição administrativa frente à situação do mercado como um todo e uma estratégia de adequação da produção. Não tem sentido, ao meu ver, ter duas fábricas ociosas (Gravataí e Campinas) quando dá para juntar tudo e reduzir os custos — avalia o secretário.

 

: Davi Severgnini, secretário municipal da Fazenda

 

LEIA TAMBÉM:

Pirelli vai fechar fábrica de Gravataí e demitir 900 empregados

 

O que está acontecendo

 

1

A italiana Pirelli anunciou nesta segunda-feira (13/5) o fechamento de sua planta em Gravataí. De acordo com comunicado da empresa a produção de pneus de moto que está há 43 anos na aldeia dos anjos será transferida para Campinas, interior de São Paulo. O processo deve ser concluído até 2021.

 

2

Atualmente a unidade emprega 928 funcionários conforme divulgado pela secretaria municipal da Fazenda de Gravataí. Segundo nota da Pirelli, "medidas serão tomadas em conjunto com o sindicato para mitigar os impactos sociais resultantes da transferência da produção de pneus de moto para Campinas".

 

3

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Artefatos de Borracha do município, Flávio de Quadros, diz que foi pego de surpresa pela notícia e que vai buscar reverter a situação, segundo noticiou ainda ontem o site G1.

 

4

— Diretores informaram a intenção de encerrar as atividades em 24 meses. A gente ainda vai aguardar um comunicado de forma oficial e vamos buscar autoridades locais para tentar a reversão do quadro. A gente vai lutar pela manutenção dos empregos — disse o presidente.

 

5

A Pirelli alega que a reorganização busca, especialmente, o fortalecimento da fábrica de Campinas que atualmente concentra exclusivamente a produção de pneus para carros, e que a medida permitirá a contratação de aproximadamente 300 pessoas até 2022 para aquela unidade. A empresa possui ainda uma fábrica em Feira de Santana, na Bahia.

 

 

 

 

 

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