Convenção do MDB confirmou a candidatura do prefeito Cristian Wasem e do vice-prefeito Delegado João Paulo à Prefeitura de Cachoeirinha pela coligação “Cachoeirinha no Caminho Certo” (MDB, PP, PSD, PDT, Republicanos, Avante e Podemos), que apresenta 126 pré-candidatos à Câmara de Vereadores.
Como não pude acompanhar o ato que superlotou o CTG Rancho da Saudade superlotado, trago mais análise que detalhes.
– Passamos por tempestades, ciclones, inundações, seca, estiagem, enfrentamos todas as temperaturas, porque tem algo muito melhor para nós, tenho certeza. Nós, que sofremos juntos com o povo, que estivemos lado a lado, salvando pessoas, animais, organizando plano de contingência, cumprimos nosso papel e começamos a construir nossa história – disse o prefeito, conforme material divulgado pela assessoria da campanha pela reeleição.
Ainda conforme o release, Cristian também ressaltou as realizações do seu governo ao longo dos últimos dois anos:
– Foram construídas duas escolas, entregamos uniformes de qualidade, mudamos o cardápio das escolas das crianças, temos material escolar impecável, construímos um CRAS, vamos ter na cidade um dos maiores planos de pavimentação da história de Cachoeirinha, a cidade está sendo asfaltada, estamos levando mais infraestrutura para os bairros, temos a passagem mais barata da Região Metropolitana, entregamos unidades de saúde reformadas, mas o melhor: entregamos amor para nossa população – disse.
O prefeito também lembrou do sogro, Francisco Medeiros, falecido prefeito reconhecido como um dos políticos mais populares de Cachoeirinha.
Além do vice – que reforçou a união sem brigas com o prefeito, algo raro na política –, do presidente municipal André Lima e de vereadores da coligação, participaram lideranças como o secretário de Logística e Transporte, Juvir Costella, a deputada estadual Patrícia Alba, que é natural de Cachoeirinha, e o ex-prefeito de Gravataí Marco Alba, que comparou o governo Cristian com o seu, “arrumando a casa” no primeiro mandato para “colher os frutos” no segundo.
João Dedão, que renunciou à candidatura a prefeito pelo PL, levou apoio a Cristian, mesmo que o partido de Bolsonaro seja adversário nas urnas com Cláudia Frutuoso, assim como David Almansa (PT).
Frente às cerca de mil pessoas, conforme os organizadores, a primeira-dama Fabi preparou um vídeo com um louvor, exibido no telão. Foi após Cristian trazer Deus para o discurso, em trecho a que tive acesso a vídeo. Sei que entro em terreno perigoso, mas aí resta minha crítica.
Vamos lá, então, já que como ensina Voltaire, o segredo de aborrecer é dizer tudo.
Respeito a fé de cada um, mas fazer da política um ‘Crentistão’ carrega seus riscos.
É como se vê nas Olimpíadas, com atletas creditando sucessos e fracassos ao “Senhor”, enquanto narradores e comentaristas pedem para os espectadores “orarem” por vitórias.
A diferença é que medalhas não tem a responsabilidade de garantir saúde, educação, evitar desvios e corrupção e etc. Políticos, sim. Ao menos na Constituição, ou no Código Civil ou Penal, não existe a figura do habeas corpus divino.
No discurso Cristian colocou Deus no episódio de sua vida que o tornou prefeito.
A realidade dos homens é que, antes de ser eleito nas urnas na eleição suplementar de 2022, assumiu a Prefeitura por ser presidente da Câmara, com um voto de dentro da cadeia, após uma cassação absurda de Miki Breier e do vice Maurício Medeiros.
Na política, os acertos e erros devem creditados e cobrados dos homens. Bom é que Cristian, em seu discurso, não só falou em realizações, mas também reconheceu que houve erros.
Ao fim, essa análise sobre o ‘Crentistão’ serve a qualquer político que abusar da religião no discurso, mesmo ganhe mais votos do que perca.
Fato é que, críticas à parte, a convenção mostrou a força de Cristian, que reputo favorito na eleição, aqui, no mundo dos Homens.
