O vereador Roger Correa (PP), integrante da base de governo do prefeito Luiz Zaffalon (PSDB), e o subprefeito da Costa do Ipiranga, restaram envolvidos em uma ‘desinteligência’ sábado, em obra no loteamento El Cadiz, em Gravataí.
A Guarda Municipal atendeu a ocorrência e a Brigada Militar registrou termos circunstanciados.
Conforme o decreto-lei 2.848/40, ‘desinteligência’ é como órgãos policiais identificam “ocorrência de falta de acordo ou compreensão, de desentendimento, de divergência ou inimizade entre partes, porém sem configurar crime”.
O bate-boca foi pesado, conforme testemunhas, mas não houve lesão corporal.
Nem o vereador, nem o subprefeito responderam contato do Seguinte: para entrevista. Cito apenas o nome do vereador porque é detentor de mandato.
Por que reputo o caso é notícia?
Primeiro, porque dois agentes públicos protagonizaram um fiasco num fim de tarde de sábado, obrigando parte da força policial, comunitária e militar, a se deslocar para o atendimento da ocorrência.
Depois, porque o vereador já tinha feito uma denúncia na tribuna da Câmara sobre suposto privilégio a agente político em obra no mesmo El Cadiz.
Reportei, 23 de maio, em A bagunça na base de Zaffa: vereador pede demissão de secretário, o caso da carreta, a denúncia da patrola e o “guri de m.”:
(…) Na mesma sessão, em outro valo da bagunça, Roger Correa (PP), também da base do governo, denunciou o que, salvo melhor juízo, pode configurar abuso de poder político, caso o envolvido seja candidato a vereador.
Conforme relatou na tribuna, máquinas da Prefeitura deixaram de fazer obras no El Cadiz após morador informar que tinha pedido o serviço a ele, vereador.
“Vai falar com o Roger, então”, teriam dito os operadores que, conforme acusou o vereador, estariam fazendo obras a pedido de outro político, “que não é vereador”, como disse, sem citar nomes.
Assista ao pronunciamento do vereador aos 54 minutos e 30 do vídeo da sessão, clicando aqui(…)
Roger, como detentor de mandato, e o CC do governo, deveriam explicar os motivos do desentendimento. São servidores públicos.
O silêncio permite toda sorte de versões.
Ao fim, só tenho certeza sobre o que restaria errado, caso fosse o motivo: vereador tem poder para fiscalizar, não ordenar servidor a executar obras.
