“Nem tão devagar que pareça afronta, nem tão depressa que pareça medo”.
Faltou ao prefeito Miki Breier e ao vice Maurício Medeiros, nesta tarde, logo após o ‘golpeachment de Cachoeirinha’ ser suspenso pela justiça, como o Seguinte: revelou no artigo Justiça suspende impeachment de Miki e Maurício; o ’parenticídio’, recordar o cariúcho José Gomes Pinheiro Machado, o ‘condestável da República Velha’.
Acho que os chefes poderiam ter preservado os vereadores que restaram na base de governo da extemporaneidade de bater uma foto ‘comemorando’.
Isso, claro, caso talvez, ou possivelmente, eu não tenha falhado como analista político ao identificar erroneamente os que sorriem para a foto. Não via neles, e, a imagem confirma neste 28 de maio de 2019, a convergência com o projeto de governo de Miki e Maurício.
Desculpo-me lembrando que políticos, jornalistas e paisanos que até aqui acompanharam a saga do impeachment suspeitavam de todos e cada um, já que poucos, para não dizer nenhum, foram à tribuna para (uso de hipérbole) gritar:
– Estou com o governo até a morte! Atiro-me frente à bala por Miki e Maurício!
(só lembro Felisberto Xavier, o candidato do governo à presidência da Câmara em 2020)
De volta para o futuro: a foto é constrangedora!
Até pela distância (já que comento sobre os fatos, e relação não tenho com ninguém da política local) não sei de nada que desabone qualquer um dos 17 vereadores. Mas essa foto viralizada lembrou-me de pixos horríveis sobre a política.
Não usarei, e lamento aos que esperavam isso, aquela máxima bem chula – “você sabe que está bem na política quando os vigaristas se aproximam” – porque não corresponde à imagem em questão.
Até porque, se eu partisse desse pressuposto, de vigaristas se aproximando conforme o cheiro do poder, o sobrenome de José Inácio, aos Vigários, deveria homenagear a tantos outros muito mais interessados, ou interesseiros, como já descrevi anteriormente, do que essa turma da foto – no ‘Cartola do Governismo’ dos 'Cachoeirinhões' de 2017, 108 e 2019, mais Miki que anti.
No selfie estão Felisberto Xavier, Deoclécio Melo, João Tardeti, Juçara Caçapava, Paulinho da Farmácia, Cristian Wasem, Brinaldo Mesquita e Luis Henrique Tino.
Brinaldo não é vereador, mas pelo que eu soube, guardou a vaga para o pastor Edison, que foi chamado (e não sei se chegou nesta terça) para bater uma foto com o grupo.
Não sei se me fiz entender, mas sou chato o suficiente para tentar explicar. Sou jornalista, não defendo governo, não sou oposição e nem caça-cliques. Em nenhum momento busco tratar governistas ou oposicionistas como velhacos. Faço o alerta acreditando na bondade dos representantes do povo: em tempos de Grande Tribunal das Redes Sociais, algumas coisas podem ser mal interpretadas.
O prefeito e o vice poderiam saber desde o protocolo da aventura do advogado autor do impeachment, Lucas Hanisch, que o ‘grupo dos 8’ (7, até eu ver Edison na foto) sabia da ‘molecagem’ do impeachment. Mas os jornalistas não tinham essa certeza. Em consequência, os leitores também não.
Por isso entendo que os vencedores poderiam ter comemorado na Paragem Verdes Campos, com Freixenet e Eisenbahn, na casa do advogado Cláudio Ávila. Miki poderia ter tocado no violão a canção que já cantou, e tratei no artigo O que Lulu Santos diz sobre golpeachment contra Miki, publicado pelo Seguinte:. Valeria, para essa noite, ir e voltar para casa de Uber, para poder curtir a festa.
Mas – desculpem a chatice – a foto postada (vi pela primeira vez em um stories da primeira-dama Vanessa Morais e em postagem do vice-prefeito Maurício Medeiros no Facebook) não pega bem!
Se a ideia foi mostrar que o governo tem uma base sólida, pareceu apenas flauta de futebol, que pode ter interpretações além dos 44.018 km² de Cachoeirinha, e oscilar entre fanáticos por CCs e intelectuais que acham que VAR é a ‘Vanguarda Armada Revolucionária Palmares’.
Já li nas redes sociais:
– Todos sorrindo porque vão dividir entre eles os cargos que eram dos outros vereadores!
Mas sempre há amanhã. Aí, bonito seria o ‘Grupo dos 8’ avisar ao prefeito e vice que abre mão dos cargos para ajudar na economia necessária para Cachoeirinha reduzir o gasto de seis em cada 10 reais com folha de pagamento.
Perdoem-me por ultimamente usar de tantos palavrões. São nossos tempos. Mas, parece-me simples o ‘pacto’ que o povo quer: se é para a gente se fuder, vamos nos fuder juntos.
Arrisco que, cortando cargos dos vereadores que saíram do governo, dá um milhão de reais até o fim do governo.
Aí tantos, e eu, baterão palmas para os sete, oito ou outros que aparecerão nas próximas foto!
Porque se Miki e Maurício acordarem nesta quarta, aliviados, mas como se fosse só mais um dia, aí não terão aprendido nada.
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