crise do coronavírus

Gravataí e Cachoeirinha: Zaffa e Miki querem, mas não vão ’furar fila’ para vacinar professores; O Sérgio Moro de cada um

Miki Breier e Luiz Zaffalon, na Prefeitura de Gravataí | Foto ARQUIVO

Estado Direito. Goste-se ou não, sem leis ficamos à mercê da narrativa de reizinhos de plantão. Melhor o Império do Direito, ainda que falho. Agrade-nos ou não, assim é a vida em comunidade. É pelo respeito à garantia de um regramento legal que concordo com os prefeitos Luiz Zaffalon (MDB) e Miki Breier (PSB) que não vão ‘furar a fila’ do Plano Nacional de Imunização para vacinar professores de Gravataí e Cachoeirinha.

Nada a ver com política, já que Ary Vannazi (PT) e Leonardo Pascoal (PP), um de cada corno da ferradura ideológica, anunciaram vacinação a partir de amanhã em São Leopoldo e Esteio; e nem com avaliação de necessidade – até porque nessa Zaffa, Miki, eu e as 200 mil pessoas envolvidas na comunidade escolar, entre trabalhadores diretos e indiretos, além de familiares, obviamente reconhecem a necessidade de urgência na vacinação dos envolvidos com a volta às aulas.

O que destrói o Estado de Direito são prefeitos usarem de novilíngua para interpretar como querem a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que decidiu pelo cumprimento da fila do plano nacional de vacinação, que à conta gotas chegou às pessoas com comorbidades, e assustadoramente sem ter a garantia das segundas doses para idosos.

Não vou chamar de demagogia, porque acredito que Vanazzi e Pascoal não usariam da tragédia, e do medo da comunidade escolar para como Dom Quixote enfrentarem moinhos de vento, fazendo de seus munícipes Rocinantes.

Acredito ser um grito de quem pisa no chão das cidades e encontra eleitores no supermercado, preocupados com seus filhos e familiares voltando às aulas como alunos, professores ou a tia da limpeza.

Zaffa e Miki consultaram o Governo do Estado sobre aderir à ‘revolta dos prefeitos’ e começar a vacinação de professores. Miki o fez hoje, inclusive. A orientação é de que podem ser responsabilizados. Cassados ou até presos. Poderiam rebelar-se, mas reputo seria um péssimo exemplo.

E se o prefeito de Rancho Fundo, como na música, ou Rancho Queimado, que ‘descobriu’ o ‘tratamento’ para COVID-19 antes do mundo, resolvesse vacinar caixas de supermercado, ou motoristas de ônibus?

Certo ou errado, é preciso seguir regras mínimas. E, como garante a democracia tão odiada por nádegas divididas em verde-e-amarelo, gritar contra elas quando erradas.

Alguém não concorda que, com a volta às aulas, os professores deveriam estar na frente da fila? Difícil alguém discordar. Não o faz nem o Ministério da Saúde, que em Nota Informativa 17/2021, que embasa o decreto de vacinação em Esteio, alerta:

“…

O ambiente de escolas e universidades são potenciais na exposição à infecção pela COVID-19, e, principalmente no ensino básico, esses profissionais possuem contato com muitos alunos simultaneamente, é de extrema relevância a vacinação dos trabalhadores da educação”, afirmando ainda a importância de “promover a proteção dos trabalhadores da educação, principalmente em um contexto de retomada das atividades”.

…”

Ao fim, alguns confundem governar com ser popular ou, em tempos de Grande Tribunal das Redes Sociais, ser um bom caçador de cliques. Na verdade, exige muito mais responsabilidade e noção da ‘liturgia do cargo’, na qual não só as ações, mas as palavras tem força.

Impopularmente parabenizo Zaffa e Miki por não vacinarem professores desobedecendo o Plano Nacional de Imunizações, mesmo que eu defenda que as aulas presenciais só deveriam voltar com a comunidade escolar vacinada.

Se a vacinação for justificativa para greve, reputo impossível as prefeituras atenderem, ao menos até junho, conforme o PNI.

O Sérgio Moro não pode ser bom apenas quando julga a favor da gente.

 

LEIA TAMBÉM

Cafajestes de Gravataí e Cachoeirinha, respeitem os professores!

O ’caminho da extinção’: Gravataí volta ter mais nascimentos que óbitos; O Nostradamus da pandemia e a terceira onda

Greve à vista em Gravataí e Cachoeirinha; Sanitária, por volta às aulas, e pelo bolso, por reforma da previdência

’Estou apanhando nas redes sociais, mas coube a mim enfrentar pautas ásperas’, diz Zaffa, prefeito de Gravataí, no Café com Acigra; Os 3 Poderes e o Ovo da Serpente

nde foi o dinheiro do socorro federal para Gravataí; O que ’CPI do Bolsonaro’ encontraria se investigasse

Como um meme, Leite pintou o mapinha: Gravataí e Cachoeirinha em bandeira vermelha; 50 tons de alguma cor para volta às aulas

O jeitinho de Leite: Gravataí e Cachoeirinha vão para bandeira vermelha; O Ministério da Verdade decreta a Mentira

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Receba nossa News

Publicidade