opinião

Ipag limita atendimentos; é, e será, a nova realidade

Sede do Ipag

Siga a nota publicada nesta terça pelo sindicato dos professores de Gravataí sobre as dificuldades de atendimento aos conveniados do Ipag Saúde, que atende cerca de 10 mil pessoas, entre servidores ativos, inativos, pensionistas e familiares.

Abaixo, comento, porque é a ‘ideologia dos números’ dando as caras na provável realidade a partir da criação do Instituto de Saúde dos Servidores de Gravataí (ISSEG), cujo projeto governo e sindicatos concluem para enviar à Câmara de Vereadores até julho.

 

“(…)

Diante da dificuldade ocasionada para utilização dos serviços do IPAG Saúde, a direção do SPMG/Sindicato reivindicou, junto à presidência do Instituto, a melhoria no sistema de liberação das consultas e exames.

A partir desta terça-feira estarão liberadas, sem autorização prévia, duas consultas por pessoa (não importa se titular ou dependente) mês. Atendimentos de emergência continuam liberados sem autorização. Para os demais atendimentos e exames continua a necessidade de autorização antecipada no IPAG.

Esta é uma situação difícil para os servidores, não é a ideal, mas faz parte do processo de transição para o novo sistema da assistência à Saúde e a retomada do controle na gestão das despesas.

Ressaltamos a orientação para que as escolas organizem-se para a realização das Plenárias Regionais, para esclarecer como funcionará a participação do servidor no custeio do Instituto de Saúde dos Servidores de Gravataí (Isseg), seguindo a composição de faixa etária com percentual limitador por faixas salariais.

As Plenárias terão início no próximo dia 24 e as escolas já podem propor datas e horários. A solicitação de agendamento deverá ser encaminhada diretamente na secretaria do SPMG, pelo Whatsapp 51 992347995 ou via e-mail spmg@spmg.com.br.

(…)

 

Analiso.

Essa é uma amostra da realidade que os servidores terão que administrar ao assumir a gestão financeira do ISSEG, o novo instituto que está sendo construído em conjunto por governo municipal e sindicato dos professores e dos municipários.

Não é torcida ou secação, são os fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos.

No artigo Uma solução para crise no Ipag Saúde, em que o Seguinte: antecipou a criação do ISSEG com exclusividade, elogiei o diálogo entre o prefeito Marco Alba e os sindicalistas – que até ali disputavam narrativas no que chamei de Jogos Vorazes – em busca de uma solução.

Mas alertei para a ausência de heróis ou vilões, vencedores ou vencidos. Cada 'lado' precisou ceder um pouco. Em resumo: o governo conseguiu terminar com a contribuição de 4,5% da Prefeitura (que transformou em um aporte de R$ 8 milhões por ano até 2026 para criar uma reserva financeira para o ISSEG), além de desvincular o CNPJ do Ipag Previdência; já os sindicatos conseguiram manter um plano de saúde próprio.

Se vai dar certo a administração de plano de saúde por servidores, os próximos anos mostrarão. Do jeito que estava, o Ipag Saúde definhou, seja com funcionários de carreira, ou CCs à frente.

Inegável é que a ‘ideologia dos números’ já deu as caras nos últimos dias, antes mesmo do novo instituto existir.

Por óbvio, o objetivo de limitar procedimentos é evitar que o rombo aumente em uma conta que ficará para o ISSEG, não mais pelo tesouro municipal. Conta essa que precisará ser paga com os descontos dos funcionários e os R$ 8 milhões da Prefeitura (até 2026), ao mesmo tempo em que esse dinheiro precisa garantir consultas, exames, cirurgias, dentista e o que o novo plano de saúde venha a oferecer.

Assim, parece inevitável que o novo plano, cujo projeto será apresentado até julho para a Câmara, pelo menos se assemelhe aos oferecidos pela iniciativa privada, com escalas de valores por idade e limites de atendimentos e beneficiários. Ou o ISSEG nascerá um Walkind Dead, já que se torrar as reservas e quebrar, não terá mais como recorrer à Prefeitura por contribuições complementares. E, simplesmente, suspenderá atendimentos.

Um exemplo? Nos dois últimos anos, se a Prefeitura não tivesse feito novos repasses, os atendimentos teriam sido suspensos em outubro, mês de cada ano em que o caixa ficou zerado.

É esse o desafio dos servidores-futuros-administradores-de-plano-de-saúde: manter preços atrativos para os atendimentos oferecidos por um ISSEG que precisará equilibrar as tabelas de receita e despesa para continuar vivo.

No artigo Por que Marco Alba é um pai para quem assumir Gravataí, tratei da redução do endividamento de Gravataí de 102% para 4%, que faz do prefeito um ‘pai’ para quem assumir a Prefeitura em 2021. A solução para a crise no Ipag Saúde também pode ser colocada na conta do ‘Pai Marco’. Afinal, a notícia ruim quando atendimentos forem limitados quem dará não será o/a ocupante da cadeira principal do palacinho ocre da José Loureiro da Silva, nem o 'Perseguinte:', mas aquele CEO que o funcionalismo colocar na condução do ISSEG.

E os sindicatos, claro.

Os políticos vibram.

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