crise do coronavírus

Mais de 600 vidas perdidas em Gravataí: pandemia segue letal em em abril; O detector de mentiras do Bial

Foto da reportagem do New York Times sobre Grande Porto Alegre ter sido epicentro de mortes em março

Se por decreto a pandemia está cinza no Rio Grande do Sul, a bandeira preta da ‘ideologia dos números’ segue hasteada. Gravataí é exemplo. A queda no número de vidas perdidas é de apenas 15% na comparação entre março, o pior mês da COVID, e os primeiros 15 dias deste abril em que já ultrapassamos os 600 casos.

Até às 17h desta quinta apareciam registradas no site oficial do coronavírus 612 óbitos. São 83 em 15 dias.

A seguir a estabilidade, neste ‘platô’ nas alturas do Morro Itacolomi, abril encerrará com 166 gravataienses vítimas da COVID. O março da morte teve 196 vidas perdidas.

A média diária de óbitos é de 5,5; em março foi de 6,5.

O número de casos cresceu de 18.333 no último dia de março para 19.661 hoje, o que corresponde a 6,5% dos 281 mil habitantes. A média de infectados é de 44 por dia.

A ocupação de leitos de UTI segue em 100%.

Como este 'urubu' tratou no Seguinte: em Nunca tantos gravataienses morreram: março teve mais óbitos do que nascimentos; A virulência da COVID-19, Gravataí está entre as cidades brasileiras que registraram mais óbitos do que nascimentos em março de 2021. Cachoeirinha chegou perto do recorde negativo.

A letalidade inédita na história da aldeia aparece na análise dos dados do Portal da Transparência do Registro Civil do Brasil.

Gravataí registrou 289 nascimentos e 356 mortes em março de 2021. Para efeitos de comparação, no mesmo mês do ano passado foram registrados 194 nascimentos e 108 óbitos. A virulência da COVID em março de 2021 é evidenciada também na comparação com janeiro – 217 nascimentos e 159 óbitos – e fevereiro, com 227 nascimentos e 150 óbitos.

Em Cachoeirinha, março teve 173 nascimentos e 166 óbitos. No mesmo mês do ano passado foram 128 nascimentos e 44 óbitos. Em 2021, janeiro teve 159 nascimentos e 67 óbitos e fevereiro 137 nascimentos e 63 óbitos.

A diferença entre nascimentos e óbitos já vinha caindo gradualmente no Brasil, mas o excesso de mortes durante a pandemia está acelerando o encontro destas duas curvas, algo que o IBGE projetava que deveria acontecer apenas daqui a mais de duas décadas, em 2047.

Os dados incluem mortes por todas as causas e ainda são preliminares. Há um prazo médio de dez dias para que os óbitos e nascimentos sejam registrados nos cartórios e para que as informações sejam colocadas no sistema – portanto, ainda não tenho dados de abril.

Ao fim, não é preciso o detector de mentiras do Bial. A ‘ideologia dos números’ mostra que o fim da pandemia, e o 'novo normal', estão tão longe quanto a vacina da população.

Lembra-me Maiakóvski:

 

Cuspindo,

tirados os sapatos

galgo os degraus

A dor no coração não silencia,

começa a selar elo a elo.

Foi assim

que o assassino

Raskólnikov

veio tocar a campainha.

 

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