RAFAEL MARTINELLI

O que diz Zaffa sobre a polêmica da transformação do Quiosque da Cultura de Gravataí em sede da Guarda Municipal; O crime, a arte e os jasmins que não cheiram

Zaffa em outubro,na abertura do Prêmio Ocupação Cultural, no Quiosque

O prefeito Luiz Zaffalon (MDB) nega a possibilidade de transformar o Quiosque da Cultura em sede da Guarda Municipal.

– (O Quiosque) É da cultura. Se encontrarmos outro lugar que substitua à altura vamos conversar, até porque o comércio do Centro vê com bons olhos o uso para segurança. Mas hoje a área é da cultura – disse Zaffa, ao Seguinte:, no início da noite desta quarta-feira.

A polêmica surgiu nas redes sociais e provocou uma série de manifestações contrárias da comunidade artística de Gravataí.

Para qualquer alteração na finalidade do prédio, que fica na praça Leonel de Moura Brizola, na Anápio Gomes, é preciso autorização da Câmara de Vereadores.

Seria preciso o governo enviar um projeto para o legislativo.

O Quiosque da Cultura foi inaugurado como espaço artístico-cultural em 10 de outubro de 2011, após um plebiscito local em que a população optou e votou por sua finalidade cultural.

Diz o artigo 3º da Lei 2051 de 2003: “Fica alterada a destinação da edificação existente (Quiosque) na Praça Marechal Floriano, neste Município, que passa a destinar-se a um centro de atividades com fins de educação, cultura, lazer e ação social”.

A programação e o balanço das atividades culturais e sócio-educativas você acessa no Instagram do Quiosque da Cultura clicando aqui e no perfil no Mapa da Cultura, clicando aqui.

Ao fim, reputo uma ideia desastrosa, caso um novo espaço não seja negociado com a comunidade cultural. É o único espaço público para manifestações artísticas em Gravataí, após o fechamento do Cine-Teatro.

Sociólogo, Zaffa – que em novembro determinou melhorias no Quiosque, participa de atividades e tem um diálogo aberto com o Conselho Municipal de Cultura – sabe que seria um crime contra a cultura, um símbolo ruim transformar um espaço de arte em um espaço de repressão.

Lembrou-me Millôr, sobre a arte, essa impalpável necessidade: “Na paisagem pintada um pássaro pintado canta uma canção silenciosa, numa sombra sem frescura, à luz brilhante de um sol que não esquenta, iluminando jasmins que não cheiram, refletidos num rio que não corre. Arte é isso? É”.

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