RAFAEL MARTINELLI

O que Gravataí e Cachoeirinha fazem para evitar que entulhos do pós-enchente provoquem alagamentos com previsão de ‘rio voador’

Gravataí e Cachoeirinha tem força-tarefa para recolhimento de entulhos

Os resíduos do pós-enchente preocupam Gravataí e Cachoeirinha com a previsão do ‘rio atmosférico’ correr pelos céus da região neste fim de semana. A orientação é suspender até a próxima semana a colocação de entulhos em frente às casas. Ouvidas pelo Seguinte:, as prefeituras confirmaram que operam com força-tarefa. Quinze toneladas já foram recolhidas.

Conforme a MetSul, o ‘rio voador’ transporá grande quantidade de umidade da região amazônica e também do Atlântico Tropical pelo interior do continente, trazendo ao RS chuvas em torno de 100 milímetros, o equivalente a precipitação de um mês.

Conforme o secretário de Serviços Urbanos de Gravataí, Laone Pinedo, já está completo o recolhimento nos bairros mais atingidos pelas inundações, como Vale Ville, Vila Rica, Novo Mundo, Caça e Pesca e Viviane Cristina.

Nesta quinta e sexta-feira, equipes trabalham no Itatiaia e Jardim do Cedro.

– Como a água baixou antes em Gravataí, há três semanas fazemos o recolhimento. A projeção é concluir 100% até a semana que vem – explica Laone Pinedo, secretário de Serviços Urbanos.

Desde a catástrofe de maio, cerca de 10 mil toneladas de resíduos já foram recolhidas. A estimativa é chegar a 15 mil. O investimento é orçado em mais de R$ 2 milhões. Dos 140 reais pagos por tonelada pela Prefeitura, o governo federal paga 61.

Nesta operação, Gravataí não precisou criar pontos de transbordo, como fez na Cohab C, Caveira, Neópolis e Morada do Vale para acelerar a limpeza dos resíduos do ciclone de junho e da tempestade supercélula de janeiro, cujo recolhimento dos entulhos e cerca de 30 mil árvores custaram R$ 3 milhões.

Conforme o secretário, equipes também estão fazendo a zeladoria da cidade, como corte de grama e mato em vias públicas e praças.

– Há um aspecto psicológico nisso, que é tentar devolver um pouco de normalidade ao tirar os entulhos da frente das casas e manter a cidade bem cuidada para que as pessoas tenham esperança de recomeçar. Imagina ver seus móveis estragados na rua e ainda andar por uma cidade cheia de mato e sujeira? – diz.

A Prefeitura também desassoreou o canal de alívio do bairro Vale Ville e fez manutenção nas redes de esgoto da Vila Rica, ambos bairros ligados ao Arroio Barnabé, que transbordou na inundação.

Prefeitura de Gravataí faz dessasoreamento do canal de alívio do bairro Vale Ville

Em Cachoeirinha, que teve 25 mil pessoas atingidas pela enchente e onde a água baixou duas semanas depois de Gravataí, oito equipes recolhem entulhos e resíduos das inundações, com prioridade aos bairros mais atingidos e o entorno das casas de bombas: Interior, Jardim América, Parque da Matriz e Meu Rincão.

– Pedimos que a comunidade não coloque entulhos na rua até passar o evento climático previsto para este fim de semana – apela Paulo Martins, secretário de Infraestrutura e Limpeza Urbana, que informa que, desde o dia 21, já foram recolhidas 5 mil toneladas e a projeção é de chegar a 10 mil ton.

O secretário também projeta em 15 dias retirar o lixo urbano depositado emergencialmente no Distrito Industrial. O destino é aterro em Santo Antônio da Patrulha.

Prefeitura de Cachoeirinha já recolheu 5 mil toneladas de entulhos do pós-enchente

Além da limpeza de valos e do Arroio Passinhos, a Prefeitura trabalha em consertos nas casas de bombas.

– Todas tiveram danos. Foram dois metros e meio de água – aponta o secretário.

Na casa de bombas da João Pessoa, três bombas funcionam e três estão em conserto. Na da Nilo Peçanha, duas funcionam e uma está em conserto, há 20 dias.

– A demanda é tão grande no Rio Grande do Sul que estão faltando peças – explica o secretário, que informa que geradores externos estão prontos para operação e foram elevados ao nível do dique.

Conforme Paulo Martins, são projetadas reformas nas casas de bombas, para adequar o nível e evitar que postos de comando e energia elétrica fiquem submersos.

– A da Nilo precisa ser totalmente readequada para o novo momento climático. Em Cachoeirinha a enchente chegou a quatro metros – conclui.

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