meio ambiente

Os cervos do Pampas Safari foram mortos

Foto aérea da população de cervos, que consta em inventário feito em 2017 pela prefeitura de Gravataí a pedido do MP

Nem consigo comentar, já que neste tema, nunca escondi, sempre fui mais ativista pela vida dos animais, do que qualquer coisa. Resta reconhecer a competência dos que conseguiram o que queriam, silenciosamente. GaúchaZh acaba de dar, em reportagem de Carlos Rollsing, "Pampas Safari: com autorização e em sigilo, cerca de 300 cervos são abatidos":

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A população de cerca de 300 cervos do Pampas Safari, em Gravataí, foi abatida em etapas entre 30 de novembro e 12 de dezembro, em uma operação que permanecia em sigilo até o momento. 

Os animais foram levados a um frigorífico em Santa Maria do Herval, onde receberam o abatimento sanitário, com destinação dos resíduos para a "graxaria", já que não estavam próprios para consumo humano. 

Os bichos, no primeiro momento, sofreram o que se chama de "insensibilização" com uma pistola pneumática que lança um dardo no cerebelo. Com isso, o animal perde a consciência e, depois, não sente dor na hora do sangramento com a faca. 

Quando destinados à "graxaria", os resíduos são esterilizados ao passar por fornos de intenso calor, recebendo posteriormente fins não comestíveis para humanos, como sabão, farinha de osso e ração animal.  

Os cervos tinham suspeita de tuberculose bovina e a hipótese de eles serem sacrificados se tornou uma das grandes polêmicas do segundo semestre de 2017, quando houve a largada de uma batalha judicial entre a família proprietária do Pampas e grupos de proteção animal. 

Agora, o abate das três centenas de espécimes foi confirmado à reportagem pela Secretaria da Agricultura e pelo  Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os dois órgãos acompanharam e autorizaram o procedimento para sanear o foco de tuberculose. 

— Houve questões judiciais que travaram o processo. As liminares (judiciais que impediam o abate) acabaram sendo levantadas, tanto na Justiça estadual quanto na federal. A partir disso, recebemos a demanda da parte requerente (família proprietária). O nosso pessoal de bem-estar animal acompanhou o abate no dia para que fossem preservadas as condições de bem-estar — explica Antônio Machado de Aguiar, diretor-geral da Secretaria da Agricultura.

Durante as discussões sobre o caso, foi cogitada a alternativa de fazer testes de tuberculina em todo o plantel, para separar os sadios e abater somente os doentes. Mas a opção foi por abater todos, alternativa que obteve guarida junto aos órgãos de fiscalização. Ao longo dos anos, entre 2003 e 2017, um relatório elaborado pela Agricultura e pelo Ibama apontou que pelo menos 74 animais, sobretudo cervos, foram identificados com tuberculose bovina no Pampas.  

Desde que se desvencilhou dos empecilhos judiciais, o parque retomou o seu plano de encerramento de atividades. O empreendimento já estava fechado para visitação desde junho de 2016, quando o Ibama cancelou a licença de funcionamento devido a problemas que foram listados em relatórios oficiais, indicando estrutura degradada no local. Agora, a discussão é sobre a destinação dos outros animais. Com o abatimento dos cervos, de origem exótica, não há mais animais desta espécie no Pampas. Restam, contudo, bichos como as capivaras, nativas, característica que impede o seu abatimento.

O Pampas, que habita a memória afetiva de uma geração de gaúchos, foi fundado em 1977 em uma área de 320 hectares em Gravataí, à margem da RS-020. 

A reportagem contatou o advogado Everton Staub, defensor do parque, mas ele não se manifestou até a publicação desta reportagem.  

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