crise do coronavírus

Por que Gravataí não tem vacinas; metade dos idosos na fila

Metade dos 30 mil idosos de Gravataí não foram vacinados, ainda

– Sem previsão.

O secretário da Saúde Jean Torman respondeu mais uma vez assim a pergunta que lhe fiz na noite desta segunda e é a mesma de quase todos os dias, desde que publiquei há 10 dias o artigo A real sobre a falta de vacinas em Gravataí; o 6 e 9.

Vou buscar esclarecer mais uma vez, sem infecção pelo caça-cliques da fake news e/ou por inescrupulosa demagogia política, o porquê de faltar doses.

Na primeira fase da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe, Gravataí recebeu 15 mil vacinas, em dois lotes. Eram necessárias 35 mil para vacinar todos os idosos e profissionais de saúde, público da primeira fase.

As vacinas duraram em média menos de dois dias.

Para segunda fase, que começou em 16 de abril, chegaram até agora apenas 5 mil vacinas, das 25 mil necessárias. A primeira leva também durou 48h para vacinar profissionais das forças de segurança e salvamento, pacientes com doenças crônicas (hipertensão, diabetes, asma…), pessoas privadas de liberdade, motoristas do transporte coletivo, caminhoneiros e indígenas.

A vacinação começou na segunda, 23 de março, porque o Ministério da Saúde optou por antecipar a campanha em duas semanas para proteger os públicos prioritários contra os vírus mais comuns da gripe como a famosa H1N1.

A vacina contra influenza não imuniza contra o novo coronavírus, mas ajuda a diferenciar entre gripe e a COVID-19, a doença desencadeada pelo SARS-CoV-2. Se o paciente recebeu a dose, porém apresenta sintomas como tosse e falta de ar, provavelmente não é o vírus influenza que os está causando. Aí, dependendo de outros critérios, o médico pode solicitar um exame para verificar a presença do novo vírus.

A prioridade para os 20,8 milhões de idosos no Brasil é por formarem o grupo de risco do coronavírus, cuja pandemia também levou à inclusão dos profissionais da saúde nas vacinas prioritárias.

Quem produz e fornece as doses é o Ministério da Saúde. Os governos estaduais distribuem para as prefeituras, que aplicam as vacinas nas redes de saúde municipais.

Não só no Rio Grande do Sul, mas em todo país, as vacinas viraram loteria. Com a antecipação, lotes foram sendo distribuídos conforme outros eram produzidos. E a procura é 30% maior que a média de anos anteriores.

Para Gravataí, o primeiro lote chegou no sábado, 20 de março, para aplicação na segunda, 23, distribuído conforme densidade populacional nas unidades de saúde da rede municipal.

Antes das 17h do primeiro dia as 11 mil vacinas já tinham esgotado.

O mesmo aconteceu no segundo lote, que chegou após um intervalo de duas semanas sem vacinas. Em dois dias, esgotaram.

Até agora, a vacina para todos ficou na promessa do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, feita no dia 18 de março, cinco dias antes do início da campanha. E ainda há mais duas fases: a partir do dia 9 de maio para crianças de 6 meses a menores de 6 anos incompletos, professores, pessoas entre 55 e 60 anos incompletos, gestantes e puérperas começam a receber a vacina; e o ‘Dia D’, em 9 de maio, um sábado onde postos de saúde e vários outros pontos oferecerão o imunizante para todo o público-alvo, no Brasil inteiro.

A falta de doses também impede que a Prefeitura mude a estratégia de vacinar nos postos de saúde para a visita aos idosos e a vacinação gratuita em parceria com farmácias, o que era um ‘Plano B’ caso Gravataí recebesse lotes suficientes.

Apenas idosos acamados foram visitados pelos agentes comunitários conforme os cadastros nas unidades de saúde da família. E, nos 19 asilos de Gravataí, equipes da SMS vacinaram todos 450 idosos no primeiro dia da campanha.

O protocolo tem sido sinalizar as unidades de saúde para separar pacientes em busca de consulta de quem busca a vacinação, além de manter distâncias de dois metros entre as pessoas. 

Em algumas UBSs foi possível fazer o ‘drive thru’, a vacinação no carro, conforme as condições geográficas e da estrutura para fazer a triagem do lado de fora, como na Morada do Vale 2, no Centro e em Morungava.

– Não adianta ir até as unidades de saúde. Quando recebermos as vacinas, avisaremos pelos canais oficiais da Prefeitura – apela o secretário da Saúde, que conta pressionar o governo estadual diariamente, além de oferecer equipes para ajudar a descarregar as doses quando chegam a Porto Alegre e trazer a Gravataí.

Ao fim, concluo da mesma forma que no artigo anterior: não é uma questão de incompetência dos prefeitos. Hoje faltam vacinas em todo país. Ao olhar para o que está escrito na lama é desonestidade intelectual enxergar um 6 em Gravataí e um 9 em Sobral.

 

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