opinião

PT responde Rosane Bordignon; Irmã Dulce não, né?

Rita Sanco e Cristiano Kingeski no ato promovido pelo PT Gravataí com o jornalista Moisés Mendes para lembrar os 8 anos golpeachment | Foto LUIS FELIPE TEIXEIRA

A Executiva do PT de Gravataí divulga nota em resposta aos ataques feitos pela vereadora Rosane Bordignon, que tratei no artigo PT só tem ladrão e defensor de ladrão, diz Rosane Bordignon; os perigos desse discurso, publicado nesta terça no Seguinte:.

Siga a íntegra e, ao fim, comento.

 

“(…)

O Partido dos Trabalhadores de Gravataí lamenta a agressão gratuita perpetrada pela vereadora Rosane, ação que divide as esquerdas.

Ela repete as mesmas agressões e tática que a mídia perpetrou aos partidos de esquerda e suas lideranças, para viabilizar o golpe em Dilma, em 2016.

Este método, das mentiras e calúnias, tão comuns aos partidos de direita e fascistas, verdadeiros inimigos dos direitos do povo, não acumula forças no campo democrático.

(…)”.

 

Analiso.

Que uma resposta viria era óbvio, ou imperaria o ‘quem cala consente’. E a briga seguiu durante a quarta, em trocas de WhatsApp e posts no Facebook, e na rádio web.

Chama atenção um comentário de Rosane em post de Alexandre Stolte. O ex-secretário de Obras de Daniel Bordignon, de quem também foi chefe de gabinete na Assembleia Legislativa condenou os ataques e, citando no texto a “vedete” Tábata Amaral e Ciro Gomes, “que preferiu a primavera parisiense a lutar contra o fascismo”, diferenciou “os verdadeiros trabalhistas” daqueles que “apenas utilizam a legenda para suas carreiras política e em nada defendem os estatutos e a história de seu partido”.

A Bordignon respondeu que o PT e o MDB era os partidos mais corruptos do Brasil.

Em Whats para Marisa Godoy, presidente do PT, Rosane reclamou ser mais alvo dos petistas que o prefeito Marco Alba, mesmo tendo sido a única vereadora a assinar o manifesto anti-fascista contra Jair Bolsonaro.

– Na única manifestação pública que fizeste como presidente tu ventilou apoiar o Paulo Silveira (vereador e genro de Marisa) a prefeito, numa possível aliança. Ele votou pela cassação da Rita dentro do PSB, e depois foi secretário do governo golpista, se beneficiando do golpe.

E seguiu, antes de dizer que não queria aliança com o PT em 2020:

– Mas isso não tem problema, né? Porque Paulo não oferece perigo eleitoral. O problema, a mágoa, a dor somos nós, porque saímos do PT e levamos junto o amor do povo.

Pela manhã, no programa de Fabiano Nunes na rádio Alegria do Park, Cristiano Kingeski falou sobre o golpeachment de 2011 e usou o mesmo peso para os votos dos nove vereador e da vereadora, Anabel Lorenzi (PDT), candidata a prefeita de Rosane, e para o autor do pedido de impeachment, Cláudio Ávila, um dos articuladores da candidatura de Dimas Costa (PSD) à Prefeitura:

– Todos são responsáveis por Marco Alba e o MDB estarem no poder.

Essa história toda, já nos anais da política da aldeia como um dos Grandes Lances dos Piores Momentos, é como cutucar fezes para procurar o lado que cheira melhor.

Concordo, e comentei ontem, em um texto que alguns acharam ‘malvado’, outros ‘bonzinho’ demais, que Rosane jogou contra todos os políticos e partidos ao generalizar a corrupção. Os filhos de Bolsonaro e outros napoleões de hospício do reacionarismo usam dessa tática.

Porém, colocar uma estrela no peito não transforma ninguém em uma Irmã Dulce disposta a toda espécie de altruímos para socorrer aos pobres e oprimidos. Um dos erros recorrentes de ‘petralhas’ e ‘bolsominions’ é o comportamento de seita. Assim, necessário é desmistificar a passagem da nota em que o PT joga para Rosane toda responsabilidade pela desunião das esquerdas – o que nem Bolsonaro conseguiu mudar!

Desde o golpeachment, e aqui não farei juízo de valor, apenas apresentarei fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos, petistas de Gravataí ‘vetam’ nomes e alianças com ‘golpistas’. Quem representa os ‘golpistas’, óbvio, é o PT quem decide.

Paulo, que foi secretário pós-golpe, pode se canonizado perante a estrela?, como bem lembrou Rosane em seu Whats para a presidente petista.

Kingeski, que assinou a nota da discórdia, que tratei no artigo Rita não esquece os golpistas; a esquerda e a cadeia, apoiou a candidatura de Levi Melo (PSD) para Prefeitura em 2016. Em 2017, apoiou Rosane e Levi, Marco. O vice-prefeito cassado ganhou um gancho de seis meses, registre-se, mas após a ‘purificação’, voltou a usar a expressão ‘golpe’. Pode?

Ao fim, horrível a fala de Rosane, injustificável, porque chama a mãe de alguém de ladra ou defensora de ladrões. Mas o PT também não pode posar de santo, experimentar da memória seletiva e aposta na inesquecível falta de memória do eleitor, porque ainda não houve o dia em que cedeu um milímetro para que canhotos não durmam no mesmo beliche apenas na cadeia.

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Receba nossa News

Publicidade