esporte

Rainha do Futebol de Cachoeirinha, Luana Spindler vai jogar no Atlético Mineiro

Luana nasceu e cresceu na Vila Anair, nos arredores do campo do Estrela

A geração que desbravou o futebol feminino em Cachoeirinha nos anos 90 está presente no atual cenário da modalidade no Brasil, que segue crescendo a cada dia. Aos 30 anos, Luana Spindler assinou nesta semana contrato com o Atlético Mineiro pra disputar o Brasileirão feminino profissional.  Com uma carreira consolidada, Luana ja defendeu clubes como Inter, Avaí/Kindermann e São José (SP), e se aventurou na Europa, recebendo em Euros, no Tenerife (Espanha) e Ferencvarósi (Hungria). Também passou pelo Hangzhou Greentown (China) e Incheon Hyundai (Coréia do Sul).

Apesar do sucesso internacional, nunca esqueceu suas raízes, e as dificuldades que passou para vencer no esporte.

Luana nasceu e cresceu na Vila Anair, nos arredores do campo do Estrela, uma das regiões de maior vulnerabilidade social da Grande Porto Alegre. No campo embarrado do Estrela, ela deu seus primeiros passo no futebol.

– Se não fosse o esporte, não sei no que poderia ter me tornado – revela.

No início dos anos 2000, Luana tinha apenas nove anos quando despertou atenção com seu talento com a bola. Logo, foi convidada a treinar numa escolinha mantida na SEC (Sociedade Esportiva Cachoeirinha), do professor Álvaro. Foi o ponto de partida num sonho que se tornou realidade, algo até então considerado impossível  para dezenas de mulheres de Cachoeirinha e Gravataí, acostumadas com o desprezo e a falta de oportunidades.

– Ainda tenho familia em Cachoeirinha, e sempre que posso volto à cidade para rever parentes e amigos. Não esqueço minhas origens, e sei que muitas meninas hoje seguem tendo os mesmos obstáculos que eu tive pela frente – comenta a craque da Vila Anair.

Em 2018, foi artilheira da série A2 do Brasileirão, com 12 gols, atuando pelo 3B da Amazônia. Sua foto está estampada até hoje num painel gigante nas paredes do Centro de treinamentos do clube, que recentemente recebeu a seleção brasileira.

 Acredito que sorte seja importante, mas o empenho e a dedicação tem que estar caminhando juntos. Os treinos diários é que fazem a diferença dentro de campo, para que a atleta sinta-se pronta para as competições – diz.

Cada vez que Luana entra em campo, ela carrega consigo o coração de lendas como Genú, Bianca, Rosa de Boer, Paula Daniela e tantas outras desbravadoras de Cachoeirinha, que teimaram em praticar futebol, esporte proibido para mulheres no Brasil até 1979.

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Receba nossa News

Publicidade