O secretário da Fazenda Davi Severgnini explicou ao Seguinte: o endividamento da Prefeitura de Gravataí, criticado pelo candidato a prefeito Marco Alba (MDB) em sabatina no Sindilojas e em vídeo postado nas redes sociais.
– Marco Alba está se valendo da desonestidade intelectual – disse o também coordenador da campanha do prefeito candidato à reeleição Luiz Zaffalon (PSDB) e número 1 de seu governo.
– Uma coisa que é preciso entender: o ex-prefeito não reduziu o endividamento. Pelo contrário: os valores nominais de dívida aumentaram no governo dele, pois contraiu financiamentos. Deixou 300 milhões em dívidas. Basta olhar os balanços. Ele sabe disso – acrescentou o advogado e pós-graduado em finanças que integra o governo de Gravataí desde 2012, e é secretário da pasta desde 2015, no primeiro governo do ex-prefeito, que ao lado de seus vereadores tem argumentado que Zaffa vai encerrar o mandato com um endividamento acima dos governos do PT.
– Zaffa contraiu 220 milhões em financiamentos, pagou outros 70 em parcelamento. O incremento da dívida vem do passado, inclusive de precatório de empresa, de 50 milhões, que o Marco organizou para não assumir no mandato dele, bem como os 79 milhões que ele não pagou de previdência em 2020 e o Zaffa assumiu em 2021 – disse.
Conforme o secretário, em 2020, a dívida real superava os 26% que o ex-prefeito informa ter encerrado o segundo mandato. O percentual aparecia no Tribunal de Contas do Estado (TCE), mas a dívida era de 34% na Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
O secretário explica que a Lei Complementar 178, de 2021, obrigou o TCE a incluir as dívidas de previdência, com o instituto de aposentadoria dos servidores, hoje IPG.
– A dívida aumentou em R$ 172 milhões de uma hora para outra. Isso foi uma mudança na forma como as dívidas eram calculadas, não um gasto novo feito pela Prefeitura – disse.
Davi reforça que, em 2021, foram inscritos mais de R$ 56 milhões em dívidas antigas, de precatórios que eram de 2009, além de mais R$ 72 milhões de dívida de previdência “que a oposição deixou sem pagar em 2020”.
Sobre a atual gestão, o secretário argumenta que os R$ 220 milhões contratados em financiamentos, e que correspondem a 22% da dívida, são para novos investimentos que “geram emprego e atraem mais empresas pra cá, num ciclo que só faz a cidade crescer”.
– É dinheiro investido em saúde, nas escolas, obras que a gente vê nas ruas, que realmente melhoram a nossa cidade – disse, concluindo que “o restante da dívida, 32%, é de governos anteriores, incluindo o do ex-prefeito”.
– Se pegares o fato de que perdemos tranquilamente 100 milhões de reais em receita nos anos de 2023 e 2024 – observa Davi, sobre os efeitos da suspensão de receita da GM e prejuízos com eventos climáticos – então temos um comprometimento maior, nada que não vá se alterar já em 2025.
Conforme o secretário, só em ICMS estão previstos 70 milhões a mais, pelo aumento da atividade econômica pós-covid.
– É aquele assunto que envolve PIB em 9º e em 4º, sobre o qual já falamos – disse, referindo-se às críticas sobre a queda de Gravataí no ranking da economia; leia em A queda no PIB e a ‘GMdependência’: a verdade sobre Gravataí não ser mais a quarta economia gaúcha; Entre a narrativa e a vida real.
– Na real, não existe o cenário de terra arrasada que o ex-prefeito quer vender. Ele precisa criar esta versão para vestir melhor a fantasia de salvador da pátria, mas não se conecta com a realidade. Tanto é assim que não apenas os bancos, mas também a STN aprova nossas operações. Mas, aí já é debate político – conclui, enviando as tabelas do cronograma da dívida, que você acessa clicando aqui.
