No dia 2 de março fui levar meus exames e o meu médico, olhando-os, não achou nada de grave. Inclusive o marcador tumoral está dentro da referência; aliás, bem abaixo, de 1 a 5, meu marcador está em 2,70. Então, diante do meu otimismo e ingenuidade perguntei ao médico se estava 100% curado.
– Não é bem assim, Adão. Ninguém fica curado 100% de um câncer em menos de um ano – disse ele, destruindo minhas expectativas.
Lancei uma porcentagem de 90% e ele, calmamente, respondeu com um “menos, Adão”. Então pensei comigo, “pô, médicos precisam lançar a verdade na cara da gente, precisam ser tão cruéis, precisam ser tão certinhos, precisam levar ao pé da letra o que eles veem nos exames, não poderiam lançar uma mentira piedosa e dizer que estou curado?”.
Entendo-os. A ética não permite isto e serve justamente para eu não baixar a guarda. Ele me disse que durante cinco anos, que é o tempo que vou ficar em acompanhamento, não pode afirmar cura de 100%.
Tudo bem, o importante é que dentro do meu otimismo estou 100%. Diante deste otimismo continuarei afirmando aos meus amigos e todos aqueles que torcem por mim: “EU ESTOU CURADO E NÃO ADMITO QUE NÃO SEJA ASSIM”. Só admitirei o contrário quando eu deixar de ser otimista, quando me sentir para baixo e admitir que estou derrotado, e isto está longe de passar por minha cabeça.
Mesmo que a medicina tenha que dizer que antes de cinco anos esta luta não está ganha, PARA MIM EU VENCI ESTA LUTA”. E não admito menos que isto. Se acontecer o contrário neste tempo de observação de cinco anos, amigos e pessoas que me amam, será um contratempo. Considerarei como um desígnio de Deus. Daí será vontade Dele e não minha. E contra a vontade dele não posso
lutar. Então vamos aguardar. Cinco anos é um tempo bem longo…
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