A estratégia de ‘preservação do parlamento’ não durou um fim de semana. Já resta descumprido o acordo firmado na sexta-feira, pelos líderes de bancadas na Câmara, para acelerar a votação nesta terça do socorro milionário ao transporte público de Gravataí.
A votação pode acontecer na quinta, se novo acordo for feito pelos vereadores, ou os prazos para análise remetem à semana que vem. Isso se novas emendas não forem apresentadas.
– O PL 26 não estará na pauta de hoje – informou ao Seguinte: o presidente Alan Vieira (MDB).
– Novas emendas foram apresentadas – explica o líder do governo, Alison Silva (MDB).
– Protocolei emendas e ainda não apresentei pareceres nas comissões – confirma o oposicionista Cláudio Ávila (PSD).
Nenhum dos três foi além nos detalhes, mas algo aconteceu; e não consegui apurar o quê. Reputo, ao menos até o momento, a ‘culpa’ recai sobre a intempestividade de Ávila, que como líder de sua bancada tinha na sexta concordado com a votação nesta terça e recuou para tentar alterar o PL enviado pelo prefeito Luiz Zaffalon.
Detalhei a negociação entre parlamentares em Câmara de Gravataí vota ’pauta-bomba da Sogil’ nesta terça; Acordo entre vereadores autoriza análise do socorro para transporte público.
Rememorando, na sexta, líderes de bancada se reuniram e resolveram autorizar a votação nesta terça do PL 26. A avaliação dos parlamentares era de que todo o legislativo estaria sofrendo o desgaste, principalmente no Grande Tribunal das Redes Sociais.
O acordo – verbal – liberaria cada vereador a votar como quiser, mas com uma garantia de que ninguém buscaria barrar a votação ou questionar o resultado judicialmente. O que, com o recuo de Ávila, já pode não significar mais nada.
Uma mensagem retificativa e emendas garantiriam o congelamento das passagens, a duração dos efeitos da lei somente durante a pandemia e o parcelamento em 20 vezes, além da exclusão do corpo do projeto o acordo firmado no Centro Judiciário de Solução Consensual de Conflitos (CEJUSC), que lista ações para reduzir o impacto da redução de passageiros pela pandemia e aplicativos tipo Uber.
CLIQUE AQUI para acessar o projeto, a mensagem retificativa do governo as 20 emendas apresentadas, inclusive as emendas de Ávila que impediram a votação hoje.
Fato é que o governo já tem os 11 votos necessários e deve chegar a pelo menos 14 entre 21 vereadores, mesmo que a sangria, o acidente político já tenha acontecido na Câmara – e continue até a votação, agora indeterminada com o acordo de ‘preservação do parlamento’ roído.
Inegável é que no Grande Tribunal das Redes Sociais o “subsídio ao transporte público” para manter a passagem congelada em R$ 4,80, e não subir para R$ 6,30, já ganhou a descrição caça-cliques de “dar dinheiro para a Sogil” – com direito a meme com o rosto de políticos nas janelinhas do ônibus.
Ao fim, Cláudio Ávila deu um ‘Norte via Sul’ nos que embarcaram no acordo. Sangra, Parlamento!
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